O que tem a ver com motociclismo a história que irei contar? Tudo, o motociclismo abriu uma porta na minha vida a qual eu não esperava. Gostar de motos não significa apenas ser um profundo apaixonado pela motoca, ser conhecedor de detalhes de marcas, modelos, dinâmica, velocidade, cilindradas e por aí adiante, lógico que ter conhecimentos é sempre importante, mas não é tudo. A pergunta que faço aos amantes do motociclismo é: O que o motociclismo te proporciona?
Para os viajantes, que é o meu caso, o motociclismo proporciona diversas coisas, além de conhecer lugares e paisagens fantásticas, o motociclismo traz a possibilidades de conhecer pessoas e culturas diferentes e isso é muito bacana.
No que se refere à cultura, algo me chamou a atenção na viagem ao Chile em 2013 e agora no fim de 2016, gostaria de compartilhar isso com o leitor do blog, são as diversas sepulturas espalhadas pelas rotas chilenas. Na viagem realizada em 2013 tive problemas com a gasolina entre Chanaral e Antofagasta, sai da rota e fui parar na cidade de Tal Tal, ali indaguei com frentistas do posto de gasolina sobre as sepulturas existentes à beira da estrada, segundo eles, naquela região era comum os povos indígenas e outros moradores que vivem próximos à ruta enterrar seus entes às margens da ruta, evitando os cemitérios comuns.
Já na viagem realizada no fim de 2016, no trecho entre Antofagasta e Calama fui informado por funcionários que trabalham na manutenção das rotas, que as sepulturas são apenas uma homenagem feita por parentes e amigos, que na verdade os corpos não estariam enterrados ali..
Talvez vocês estejam peguntando: E daí? Aqui no Brasil também é comum encontrarmos cruzes e túmulos em muitas estradas. Bom, o que diferencia o costume chileno do brasileiro são justamente os detalhes, as sepulturas são decoradas contando a vida do falecido, o que ele fazia, o que gostava, para que time torcia, etc e tal.
Duas sepulturas me chamaram a atenção: A primeira foi a de um Operador de Grua falecido no ano de 2005, pois bem, eu passei em 2013 e em 2016, tirando a poeira da estrada, nada havia mudado, tudo estava lá, se fosse o Brasil provavelmente aquela máquina de grua já não estaria por lá.
A outra me comoveu um pouco, o pai construiu a sepultura e ali contou a história de seu filho, em seu relato se condena pela morte em acidente automobilístico do filho. A irmã e a mãe também escreveram seus relatos naquilo que teria sobrado do veículo, não sei afirmar se este foi o carro envolvido no acidente.
Interessante,quano viajei pelo chile não vi nenhuma ou reparei,mas chamam muita atenaçao.Na argentina a gente ve muito,sao panos coloridos meio avacalhado.Com todo respeito mas nos chamávamos maloquinha,uma inclusive serviu de descanço e sombra em um calor infernal.
ResponderExcluirAs sepulturas são mais comuns ao norte do Chile, já na Argentina a homenagem são para dois personagens, o santo pagão Gauchito e para a Difunta Correa. Em nosso blog existe matéria sobre esses dois personagens argentinos,
ExcluirSão chamadas "anemitas". Muito respeitadas pelos chilenos em geral. Já vi percursos de pequenas estradas serem refeitos para preservá-las.Uma das mais impressionantes esta na descida de Santiago para Viña del Mar. Uma pequena cidade em homenagem as vítimas de um acidente de ônibus, segundo me contaram.
ResponderExcluirValeu!!
ExcluirEstamos voltando de uma viagem de carro a Antofagasta e vimos todos estes memoriais.Conversamos com algumas pessoas que disseram que são somente homenagens e que as pessoas não estariam enterradas lá, mesmo assim é um pouco "pesado" andar por aquelas estradas com todos aqueles memoriais.
ResponderExcluirEm muitos casos sim, é somente uma homenagem, caso do operador de grua e do menino que o pai deixou um carro com mensagens - ali seria apenas o local do acidente, assim como os brasileiros colocam pequenas cruzes, para simbolizar o local do acidente - mas em alguns casos - como na entrada da cidade de Tal Tal, alguns à beira da rodovia são túmulos de "indigenas" locais ou de pessoas pobres.
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